Primeiros eventos do Galpão Cultural

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Por Marisa Maia

O Galpão Cultural de Bom Jardim tem obtido sucesso de público em seus primeiros eventos!  Logo após a inauguração tivemos a final do "III Festival um Jardim de Poesia" (no dia 6/08)  que contou com a participação brilhante de músicos convidados, intérpretes que impressionaram  e autores de outras cidades, além dos bom-jardinenses. 

Platéia do espetáculo "Theatro de um homem só", em 18/08/2011.
Na sequência, no dia 18,  o Galpão recebeu o espetáculo "THEATRO DE UM HOMEM SÓ", de Alan Castelo, que está percorrendo os 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, num projeto contemplado em edital da  Secretaria Estadual de Cultura.

No dia 20 foi a vez de inovar agregando valores: tivemos a palestra com o prof. Descio Freire revelando o papel do Cel. Luiz Corrêa na política e economia do município, incluindo a informação curiosa sobre a "chave do coronel"(*). Após a palestra apresentou-se o Coral de Bom Jardim, em uma de suas melhores performances! 

Coral de Bom Jardim no Teatro Municipal, em 20/08/2011.
Lembramos ainda que está aberta a visitação a exposição "Expressões" - de Lula Trócoli. O artista tem também recebido turmas de alunos e professores em uma visita guiada, que deve ser devidamente agendada com a coordenadora de Cultura, Joanna Helena. O trabalho deste artista ficará no Galpão até 4/set, com o seguinte horário de visitação: 3ª a 6ª - de 9h às 16h30min; sáb e dom - de 14h às 18h. 

Os próximos eventos serão no dia 7 de setembro, fazendo parte das comemorações do Dia da Pátria:
  • às 18h: abertura da Exposição "Bandeiras do Brasil" de Sandra Valle
  • às 20h: Festival de Talentos Bom-jardineses 
(* ficaram curiosos sobre a "chave do coronel"? Vamos publicar esta informação em outra oportunidade...) 

RESULTADOS DO III FESTIVAL UM JARDIM DE POESIA
Troféu Amadeu Teixeira

INTERPRETAÇÃO:

1º Lugar - GLEYCIANE PAES (da oficina de teatro da Casa da Cultura) – interpretando “Droga da Dádiva”

2º lugar – João Vinícius (da oficina de teatro da Casa da Cultura) – interpretando “Amélia”

3º lugar – (empate) – Jhullyene Ferraz (da oficina de teatro da Casa da Cultura) – interpretando “Presença Indispensável”  e Danilo Fuentes (do CE Dr Péricles Correa da Rocha)  interpretando “É a música” .


POESIA – CATEGORIA INFANTIL


Receberam igualmente “Menção Honrosa” pelos seus trabalhos as crianças:

- ESTELA LOUBACK ABREU ALVES – 7 anos , aluna do JE Carinha de Anjo (Bom Jardim – RJ) com a poesia “ A música do coração”

- DANIEL RANGEL AGUIAR – 8 anos, aluno do JE Carinha de Anjo (Bom Jardim – RJ) com a poesia “Ritmos do Coração”

- FRANSUELY DEBOSSAN DA SILVA – 12 anos, aluna do CE Ramiro Braga (Bom Jardim – RJ) com a poesia “Espírito Musical”

- LEANDRA VITÓRIA FERREIRA PEREIRA – 12 anos,  aluna do CE Ramiro Braga (Bom Jardim – RJ) com a poesia “Um exemplo de homem”


POESIA – CATEGORIA JUVENIL


 
1º lugar – “Presença Indispensável” de  JHULLYENE FERRAZ
(14 anos, aluna da profª Mercília,  CE Dr Péricles Correa da Rocha ; Bom Jardim - RJ)


2º lugar –  “Droga da Dádiva” – de Larissa Caldin de Oliveira
(15 anos, aluna do Anglo – Leonardo da Vinci ; São Paulo - SP)



3º lugar –  “Música...” – de Matheus Felisberto Dias
( 15 anos, aluno da profª Dilvana Zebendo, EM Gov Moreira Franco; Bom Jardim – RJ)


POESIA – CATEGORIA ADULTO

1º lugar – “A Banda” – de JOÃO GABRIEL MOURA LIMA (Bom Jardim – RJ)
2º lugar – “ Interlúdios” – de PAULO FRANCO (Ribeirão Pires – SP)

3º lugar – (empate) -  “Quando o amor desafina” – de Tatiana Alves ( Rio de Janeiro – RJ) 
  
3º lugar – (empate) - “ Em plena sintonia” – de FELIPE ROSA DE BARROS (Bom Jardim – RJ)


Em 20 de agosto, sábado, às 19h, será proferida uma palestra enfocando o tema: “Cel. Luiz Corrêa – papel na política e na economia de Bom Jardim”, com Déscio Frerie, professor de História e Secretário Municipal de Turismo, Esporte, Cultura e Lazer.

Após a palestra haverá uma apresentação do Coral de Bom Jardim, sob a direção de João Lassarote.


O festival deste ano superou as nossas expectativas: tivemos a participação de autores de outras cidades dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Um dos autores, Rafael de Freitas (de Queimados - RJ) veio pessoalmente conhecer a cidade e defender sua poesia.

O teatro ficou totalmente ocupado. Foram quatro os jurados, que permaneceram incógnitos até o final. Eles atribuíram notas de 5 a 10 para os trabalhos e também para as interpretações.

Neste ano houve um grande empate e os jurados tiveram que se reunir para discutir os 2ºs e 3ºs lugares. Foi uma decisão difícil. Pequenas nuances ou preferências pessoais é que fizeram diferença...

Houve também a concorrência pelos prêmios de melhores intérpretes da noite.

Além da apresentação das poesias, o público teve a oportunidade de apreciar música de excelente qualidade: o Festival foi aberto com uma participação especial do violonista Gui Mallon (músico carioca de carreira internacional que gravou um concerto no Festival de Jazz de Montreux, recebendo elogios da crítica especializada americana. )

Já no show do intervalo apresentou-se o BJ TRIO composto por:
- violonista, arranjador e professor de violão, atualmente instrutor musical do PROJOVEM E PROJETO Avatar, Yvson Bruno.
- clarinestista nas bandas centenárias Euterpe Friburguense e Sociedade Musical Recreio Bonjardinense, sendo que nesta também atua como professor de clarineta, Marlon Simeão.
- baterista profissional que já atuou com várias bandas e artistas de renome e que é educador musical de bateria em projetos sociais, em escolas, prefeituras e workshops, Jouber Alves.

O BJ TRIO executou um belo repertório de chorinho, fechado com uma composição intitulada "Eduardo Miranda Fernandes", de autoria do homenageado da noite - o Maestro Amadeu Teixeira (que costumava batizar suas composições com os nomes de pessoas que admirava).

Além de troféus, foram distribuídos muitos exemplares do livro "Sociedade Musical Recreio Bonjardinense" de Fábio Erthal e um simpático cartão com chocolate "Talento" - brinde patrocinado pela Padaria Nonna Carmela.

O complexo cultural intitulado "Galpão Cultural Margaret de Fátima de Jesus Silva" compõe-se de vários espaços criados para atividades culturais diversas: teatro, museu, oficinas, exposições, música e resgate da memória histórica através de documentos, fotos e filmes.

Biografia

MARGARET DE FÁTIMA DE JESUS SILVA foi uma das educadoras mais devotas do nosso Município. Nasceu no dia 03 de janeiro de 1964, na Cidade de Bom Jardim, Rio de Janeiro, na antiga Santa Casa de Bom Jardim – Hospital São Vicente, atual Santa Casa de Bom Jardim – Hospital Dr. Celso Erthal. A primeira filha querida e amada de Mozart André de Jesus e Alice Eliza Ayres de Jesus.

Margaret passou sua infância no bairro São Miguel junto com seus três irmãos: Gilberto, Marinete e Marineis. Nesse mesmo bairro, cursou parte do ensino fundamental, no Colégio Estadual Luiz Correia. Desde jovem, Margaret demonstrava grande interesse e admiração pela educação. Completou os estudos no Colégio Santo Agostinho, no qual se diplomou e realizou sua primeira atuação como Professora.

Casou-se, em 1984, com Almir da Silva em uma cerimônia realizada na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Desta união nasceram três filhos: Isabela, Luiz Fernando e Isadora.

Em 1990, formou-se Pedagoga pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia. Em 1993, se especializou em Planejamento Educacional, ao concluir sua pós-graduação na mesma instituição. O foco de suas pesquisas foi a influência dos fatores históricos, sociais e culturais na leitura e escrita de textos, nas escolas do ensino fundamental do Município de Bom Jardim. Seus trabalhos acadêmicos foram sempre elogiados, pela riqueza das pesquisas e beleza de conteúdo.

Margaret era apaixonada pelo ato de alfabetizar. Era singular seu empenho em transformar seus alunos em grandes leitores. Para ensinar o gosto pela leitura, fugia do padrão, da repetição, dos métodos arcaicos de educar. A palavra era criatividade. Seu jeito especial de ensinar, com música, histórias e interatividade, trazia seus alunos para o mundo da leitura e escrita sem eles nem perceberem.

A educadora exerceu função de suma importância junto as Escolas Estaduais do Município, ao atuar também como Agente Administrativo. Enquanto Agente, Margaret criou o projeto “Artes, Artistas e Arteiros”, no qual todas as escolas estaduais se mobilizaram para um grande encontro no CIEP da cidade. Durante o encontro, alunos das áreas rurais e urbana mostraram ao Município a riqueza de seus trabalhos, através da mostra de projetos com temáticas distintas, mas sempre com foco no desenvolvimento da habilidade de ler e escrever. As apresentações das crianças surpreenderam a todos, que se encantaram com a habilidade e criatividade de Margaret. Um modo tão simples e natural de aplicar a educação, mas, ao mesmo tempo, envolvente e prazeroso. O sucesso desse projeto deu mais visibilidade à educadora e à sua competência enquanto Especialista em Planejamento Educacional.

Deslumbrada com a Educação, associou-se a um grupo de amigos, com os quais construiu o Centro Educacional Phoenix, lugar onde se sentia plena e feliz. Conseguia despertar em alunos e colaboradores respeito e afeto. Tratava a todos com muito carinho e dedicação. O Phoenix representava, para ela, uma paixão, uma família.

Grande era o seu carisma e sua competência, foi eleita, em 1997, Secretária Municipal de Educação e Cultura pelos professores da Rede Municipal de Ensino de Bom Jardim. Passou a administrar 25 escolas e, aproximadamente, 2.800 alunos.

Margaret revolucionou a educação no Município. Através de seu trabalho pedagógico, levou a inúmeros alunos e educadores o verdadeiro valor da educação na vida de cada um. Foi nomeada para constituir o Conselho Municipal de Assistência Social, para compor o Conselho Municipal de Saúde, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, além de se tornar membro nato da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

A vida e a obra de Margaret foram uma escada de luz, uma afirmação de fé e humildade, e um perene testemunho de amor à sua missão. Era grande educadora que ensinava educando e educava ensinando, pelo exemplo da sua grandiosidade como profissional. Margaret veio ao mundo para fazer a diferença, pois portou com ética e estética o ofício de ser educadora. Mesmo no ápice de sua doença lecionou e ministrou cursos para professores, gesto nobre que só gigantes conseguem executar. Nos últimos dias de sua vida, refletia sobre como levar o mundo digital nos recônditos do Município.

Dotada de sólida cultura, sua paixão era ser Professora. Respirava e sorvia por uma educação de excelência, construindo uma história de amor com a educação. Eternizou sua vida aqui na Terra. Toda a pedra encontrada em seu caminho serviu de matéria prima para um castelo em seu coração, onde os sonhos educacionais perduram até hoje. Estes são os artistas anônimos que movem a existência. Em 27 de junho de 2007, acometida por uma doença, veio a falecer em Bom Jardim, onde também foi sepultada.

"As pessoas não morrem, ficam encantadas." (João Guimarães Rosa)

(Texto fornecido pela família da professora Margaret)

Museu Clirton Rêgo Cabral

In:
O Galpão Cultural tem um nobre espaço ocupado pelo Museu Clirton Rêgo Cabral.

Biografia

Filho de Cícero de Miranda Cabral e Anita Rêgo Cabral nasceu em 28 de março de 1923 em Alagoas, na cidade de Ataláia, onde vive até seus 15 anos. De 24/25 de dezembro de 1939, sai de sua terra natal para, em Recife, cursar a Escola de Aprendizes-Marinheiros. Em 02/02/1940 ingressa como Aprendiz de Marinheiro e, nessa mesma Escola, recebe a medalha “Marcílio Dias” por ser o melhor aluno de sua turma, distinguindo-se por sua conduta e entusiasmo profissional. Chega ao Oficialato em 1958 e passa à reserva remunerada em dezembro de 1964, com o posto de Capitão-de-Corveta. No Rio de Janeiro, na Marinha do Brasil, se especializa em Comunicações Visuais e, em 22 de agosto de 1942, foi chamado a participar da Segunda Guerra Mundial. Ainda com 18 anos, partiu no Encouraçado Minas Gerais, patrulhando e defendendo o litoral do Brasil no Atlântico Sul, Atlântico Norte, conduzindo comboios a navios mercantes e servindo em navios como base de apoio, numa luta sem tréguas, durante 3 anos e 3 meses, quase todo o período da II Grande Guerra, até cessar o Estado de Beligerância entre o Brasil e os Países do Eixo em 30 de novembro de 1945.


Professor Clirton
Sendo convidado para pertencer à Marinha Norte Americana opta pela Marinha do Brasil. Trabalha e, na hora de folga, ensina Matemática a seus colegas de Marinha. Nessa época fez o curso de Aperfeiçoamento de Oficiais . No dia 16 de outubro de 1949, vem a Bom Jardim conhecer a família da namorada, aproveitando a oportunidade, pede-a em casamento ao Sr. Armando Costa e D.Áurea que já nutriam simpatia pelo rapaz. Emir e Clirton casam-se em 30 de junho de 1951. Desta união nasceram 4 filhos: Anita, Áurea, Clirton José e Cícero.

Na Marinha de Guerra do Brasil recebe: Medalha de Bronze- Dez anos de bons serviços prestados à Marinha de Guerra do Brasil; Medalha de Prata – Vinte anos de bons serviços prestados à Marinha do Brasil; Medalha de Três Estrelas- Serviços relevantes prestados aos aliados, como soldado brasileiro, na Segunda Guerra Mundial; Medalha de Força Naval do Sul-Serviços relevantes prestados aos aliados como membro da Força Naval do Sul.

Na vida civil é homenageado com as medalhas de : Mérito Legislativo da Câmara Municipal de Bom Jardim-RJ; Pré-Centenário Prefeitura Municipal de Bom Jardim; Avec lês compliments de La Ville de Fribourg e Placas em Prata de Turmas, alunos e Escolas. Troféu API- Associação dos Profissionais da Imprensa da Região Centro Norte Fluminense, em 2000.

Ao ser transferido para o Sanatório Naval de Nova Friburgo, escolhe residir em Bom Jardim por gostar muito desta cidade e de seu povo. Aceita ser professor de matemática no Ginásio Bom Jardim e na CNEC (Escola Joanna Cantanheda Monnerat e Ginásio Bom-Jardinense) em 30 de junho de 1963. Em 1965 torna-se vice-diretor e diretor dessas escolas. O Ginásio Bom Jardim foi oferecido a ele por Dr. Péricles Corrêa da Rocha que, sendo o dono, queria doar-lhe, incluindo as terras de sua sede. Ele prefere que Dr. Péricles o doe à Ordem Agostiniana, confiando nesta congregação. Daí começaram as campanhas para a construção do atual Colégio Santo Agostinho, do qual fez parte ativa desde a pedra fundamental, e lá trabalha por longos 27 anos, assumindo o cargo de Diretor Geral e Professor de Matemática, doando, sempre, seus vencimentos para custear os estudos de várias gerações de alunos desta comunidade. Seu lema era: “lutar para que nenhum aluno desista dos estudos”.

Faz o curso de Técnico em Contabilidade; Curso de Matemática no Ministério da Educação e Desportes; Licenciatura Plena em Matemática e Física e Desenho Geométrico, como também, Administração Escolar na Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia em Nova Friburgo.

Sai do Colégio Santo Agostinho no dia 30 de dezembro de 1990. E em prol da Educação dos jovens desta terra e vizinhas, em 1992, a convite, aceita dirigir e dar aulas de matemática e geometria no Centro Educacional Phoenix.

De presença sempre participativa na comunidade torna-se Presidente do Mobral em 1972/73, trabalhando ao lado da grande Irmã Yvone Stutz Emrich; Sócio Fundador e ex-presidente do Conselho Deliberativo do Bom Jardim Maravilha Clube; Sócio e ex-presidente do Conselho Deliberativo da Santa Casa de Bom Jardim; Sócio da Recreio Sociedade Musical Bom-jardinense; Membro e Ex-presidente do Conselho de Cultura; Sócio Fundador e Vice-presidente da Academia Bom-jardinense de Ciências Letras e Artes.Título de Cidadão: Friburguense e depois Cidadão Bom-jardinense e Sócio dos Excombatentes do Brasil e Membro da Associação dos Agostinianos Descalços. Por diversas vezes, é considerado melhor diretor e professor por institutos de pesquisas realizados nesta cidade e por muitas turmas de alunos é escolhido seu patrono ou paraninfo.
Conhecido por seu espírito de luta, idealismo, amor à pátria, crença na Educação, homem voltado à leitura, contador de histórias(fatos e viagens), fé cristã, amor à família e de dar a mesma forma de tratamento para todos, registramos algumas lições deste Professor: “Trabalho,professor, é meio de vida e não de morte”. ”Se soubesse que o mundo iria acabaria daqui a um minuto, no último segundo começaria a pensar”. “Terra onde não vou, feijão dá na raiz”. “É... comeram a vergonha com farinha seca e não se entalaram”. ”Passa para a história quem a história determina”. “Alunos estudem, pois esta é a maior riqueza”. “Para se tomar uma atitude justa, deve-se ouvir os dois lados”. “As mães não deveriam morrer jamais”. “Um aluno não deve nunca delatar o outro”. “Alunos, observem o bambuzal altivo, esplendoroso com sua ponta voltada para o chão para lembrarmos da humildade”. “Perto de quem come e longe de quem trabalha”. “Escolas não se fecham; quando se fecha uma Escola, certamente, abrir-se-á uma cadeia ou uma penitenciária”. “Em meio de canal não se fundeia”. “ Enquanto se descansa, carrega-se pedra”. “Pobre só vai pra frente por topada ou estudando”. “ A recompensa do professor está na vitória de seu aluno”. “O jovem pode ter mágoas do seu professor, mas o professor jamais pode ter mágoas de seu jovem aluno”. “Sou militar de profissão e professor de coração”.

Cada aluno que passava em um concurso, vestibular ou conseguia um emprego era um alegria muito grande para ele, Era a sua felicidade. Suas festas preferidas: A Festa Cívico-Escolar de 7 de setembro e o Natal: ”Natal é a festa da vida e da família”.

Torcedor sofrido do Botafogo, leitor assíduo do Jornal do Brasil e Notícias Classitudo. Anota todos os dias, desde 1968 a temperatura relativa do ar, máximas e mínimas, a pressão atmosférica e, como também, registrava no mapa de anotações a quantidade de chuvas, através do pluviômetro.

No dia 16 de outubro de 2002, às 6h, já pronto para trabalhar no C. E. Phoenix enfartou e por motivo de saúde, em novembro, se afastou, e no seio da família já havia convalescido muito. Mas veio a falecer no Domingo 23 de fevereiro de 2003, às 12h, aos 79 anos e 11 meses.

Suas gargalhadas agora ecoam no céu.

Pai, nos abençoe! Professor, dai-nos sabedoria! Cidadão, honestidade e amor à Pátria! Cristão, fé no Pai Eterno e espírito de caridade! Militar, cumprimento do dever! Soldado, a coragem! Amigo, a solidariedade e o respeito! Esposo, companheirismo, amor e fidelidade! Avô, carinho e juventude! Ao sempre estudante,vontade de vencer os obstáculos da vida!

Não esquecendo os sons dos aplausos, quando o féretro fazia o seu percurso.

Bom Jardim, obrigado!

(Texto escrito por suas filhas: Anita Costa Cabral Mululo e Aurea Costa Cabral)


Salão de Oficinas Luiz Félix Carriello

In:
Um espaço do Galpão Cultural dedicado às oficinas de ensino foi denominado Salão de Oficinas Luiz Félix Carriello.

Biografia

Luiz Fernandes Carriello  (19/12/1911 – 04/11/1975)

Rememorar Luiz Fernandes Carriello, ou Luiz Félix, como muitos o chamavam, é escrever a crônica do carnaval de Bom Jardim. Nascido em 19/12/1911, nesta cidade, mais precisamente, no Arraial de Santo Antônio, onde os pais, Félix Carriello e Luiza Fernandes Carriello, mantiveram seu primeiro negócio no Brasil, - essa filho de imigrante italiano e mãe portuguesa, da Ilha da Madeira, pertence a uma família de artistas. Na casa de seus pais eram feitos o presépio da Matriz, os andores e o altar do Santo Sepulcro. Ali vestiam-se noivas, preparavam-lhe as grinaldas e os anjos cantores das procissões. Todos pintavam, desenhavam, modelavam coisas em papel crepon, restauravam objetos de arte, móveis e alfaias. E como não eram puritanos – e sim artistas – da desaparecida casa na rua que hoje tem o nome de seu pai, também saiam os blocos, corsos e carros alegóricos, com temas ecológicos, há mais de sessenta anos, quando ninguém se preocupava com isso.

Luiz Félix Carriello.
Luiz Fernandes Carriello era o seu quinto filho duma prole numerosa de dez, e um dos artífices desse alumbramento, o que faz, até hoje, alguém lembrar: ah! os presépios de Dona Luzia, de Maria Félix, de Felinho, de Marinna, de Náide e de Luiz! Monjolos, moinhos, rodas d’água em movimento; feixinhos de lenha, lavradores amanhando a terra umedecida pelo musgo ainda fresquinho; figuras de celulóide vestidas de zuarte, presas ao gurgurão, que passavam e reapareciam como num encantamento. Faziam isto porque também criam no mistério que se esconde por trás do presépio. Como era costume entre os italianos, os filhos se iniciavam no ofício dos pais, que no caso de Félix Carriello, era múltiplo e variado (a venda de gêneros alimentícios, fazendas, louças, perfumaria, com bomba de gasolina à frente da loja, uma das pioneiras a se instalar na cidade); negócios de material de construção, vidraçaria e oficinas de marcenaria, tendo sido estas as primeiras atividades profissionais de nosso homenageado, ainda menino, junto ao pai. Na fase escolar, foi aluno de Da. Aurélia, num pequeno colégio na atual rua Joanna Catanheda Monnerat, junto à ponte, onde hoje se encontra uma pequena venda. Ficaram por ali seus estudos, mas sentia-se orgulhoso de ter sido colega de banco escolar do General Hélio Lemos.

Moço ainda, mas já ligado à Recreio Bonjardinense, conta-se que morre em Friburgo o Maestro Victor Hugo Rossi, então regente da banda, que precisava se fazer representar nos funerais. Alguns temeram contagiar-se da doença que matara o regente. Luiz Carriello, sem ser músico, não hesitou em vestir a farda da banda, com quepe e tudo, para representá-la com outros músicos naquele momento. Colegas de sua noiva, também presente no enterro, perguntavam a ela: “- Já viu Luiz?” E a noiva, desatenta, não reconhecia. “– Tá ali, fardado, entre os músicos da banda.”

A noiva era Cacilda de Paula Pinto, a tia Bidu, com quem viria a se casar em 5 de dezembro de 1936, na Igreja Matriz de Bom Jardim, em cerimônia celebrada pelo Padre Pedro Arnaldo, tendo o casal quatro filhos - Pery, Lia(já falecida), Ila e Jussara – e dois de adoção – Maria Léida e Silvana - ; doze netos – Ana Cristina, Ivina, Pedro Paulo, Leni, Adriana, Maria Inez, Luiz Gustavo, Cintia, Flávia, Rafaela, Vinícius, Sarah – e dez bisnetos – Hannah, Miguel Luiz, Lygea, Vitória das Graças, João Victor, Vicente, Luiza, Rebecca, Catarina e Maria Carmem.

Luiz Fernandes Carriello, o Luiz do Felix, o Luiz Felix: O Luiz Feliz! Fazedor de Artes, pintava, restaurava imagens e antiguidades, confeccionava brinquedos engenhosos!

Liga-se invariavelmente o nome de Luiz Carriello ao “Abafa”, que ele fundou e cujo nome ficou consagrado pelo povo, ao dizer que “abafara” num desfile de longínquo ano. Mas sua ligação com o carnaval é antiga. Naquele tempo não se ornamentavam as ruas e sim os salões de baile dos blocos rivais (“Paz e Amor”, “Estrela” – do qual foi porta-estandarte sua irmã Leontina - , “Abafa” e “União da Mocidade”). Os bailes eram realizados no prédio da Câmara e na Usina do Matinha, e nos dias que os antecediam, as famílias iam apreciar a ornamentação feita por Luiz e seus parentes... Vivenciava-se o carnaval neste ambiente puro, onde ninguém saía da terra para não perder os préstitos, como eram chamados os desfiles de antigamente, os corsos com os Fords de capota arriada e moças charmosas, alvo de confetes e do flerte dos rapazes.

Da sua oficina saiam o Zé Pereira, preparando a chegada do carnaval, os blocos de sujo, o próprio “Surpresa”, fundado por Paschoal Cariello Netto e por uma juventude intemerata (Dalmo Mululo, Élcio Souza, Luiz Carlos Santos, Mauro Barreto, Milton Quintes, Sylvio Lacerda) saía daquele barracão do Luiz, na travessa Félix Carriello. Por isso se associaram o Abafa e o Miguelão na merecida homenagem que prestaram a ele, num dos mais belos desfiles realizados pelas escolas de samba em Bom Jardim. Ali se rendeu tributo ao carnavalesco histórico, muitas vezes procurado pelos prefeitos da época para que não deixasse o carnaval morrer, mas que em troca exigia que fosse assegurado também o baile de graça para os que não podiam pagar; o auxílio ao bloco chamado dos pretos à época. Houve fatos marcantes nessa trajetória de vida: quando findou a guerra em 1945, ou foi restabelecido o nome de Bom Jardim ao Município, em junho de 1947; por iniciativa do deputado constituinte José Luiz Erthal, - foi Luiz Fernandes Carriello que mobilizou a cidade para festejá-los. A notícia chegou à noite e os músicos da Recreio foram mobilizados, e mesmo com suas roupas de trabalho, vieram tocar pelas ruas da cidade que se retemperava daqueles infortúnios.

Seu temperamento era alegre, comunicativo, com grande disponibilidade para servir, mas sensível se o discriminassem. As mortes da filha, de seus pais e irmãos foram acontecimentos tristes dessa personalidade. Sua nomeação para o modesto cargo no Estado não o desestimulou. Ao contrário, reencontrou velhos amigos na Recebedoria de Rendas em Nova Friburgo, para onde se deslocava diariamente, sem nenhuma falta ou ausência ao serviço, trabalhando com colegas que o distinguiam pela amizade e respeito, e aonde veio a se aposentar por cardiopatia grave. É significativo registrar que os que iam de carro a Friburgo retardavam o seu retorno a Bom Jardim, ou às cidades vizinhas, esperando a repartição fechar para trazê-lo de volta, pelo simples prazer de conversar.

Havia nele o seu lado cívico. Por ocasião da reconstitucionalização do Brasil, em 1945, fundou com Jorge Sader, Antonio José Maria Monnerat Netto, Jayme Gomes, Julio Pereira da Rosa, Rodolfo Guimarães, Raul Emmerich e outros, a UDN local, engajando-se na campanha do Brigadeiro Eduardo Gomes, mas nunca quis ser candidato a nada. Num certo momento, percebeu que Diácono Alves Vieira, seu amigo, despontava como líder de sua classe, após presidir as grandiosas festas dos motoristas em honra a São Cristóvão, sendo um dos que sugeriram o seu nome para prefeito, e ele foi eleito com expressiva votação. Por esta ocasião, foi o responsável pelos carros-andores que puxariam a procissão, um reproduzindo a Igreja Matriz, outro um grande barco a vela, simbolicamente conduzido pelo Santo dos motoristas. Outro contribuição de Luiz Fernandes Carriello e Henrique Chippiani deu-se na concepção da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na Praça Cel. Monnerat, iniciativa da grande mestra bom-jardinense Joanna Catanheda Monnerat, hoje incluída entre os bens de preservação artística pelo Estado, que também recebeu inicialmente das mãos de Da. Bidu a vegetação adequada àquele monumento.

Por ocasião de sua morte, ocorrida em 4 de novembro de 1975, a Câmara Municipal de Bom Jardim, por iniciativa de seu presidente, o vereador Joaquim Gomes dos Santos, aprovou Moção de Pesar por seu falecimento. Mais tarde a Câmara aprovou o projeto de lei do vereador Nilton Rocha, sancionado pelo prefeito Mário Nicoliello, atribuindo o nome de LUIZ FERNANDES CARRIELLO a uma das ruas do bairro Jardim Ornellas.

(Texto produzido por Pery Carriello - filho mais velho)


Sala de Música Zeca Miranda

In:
O Galpão Cultural conta com um espaço dedicado à música. Trata-se da Sala de Música José Miranda (Zeca Miranda).

Biografia

José Miranda (período na banda – como regente: 1930 a 1991)


* nascimento: 1912 / * falecimento: 2000

Preservando a história da música em Bom Jardim ocorre-me de imediato, a lembrança de um personagem indissociável da Recreio, dedicando-se por mais de cinqüenta e cinco anos, tornando-se um de seus ícones.

Zeca Miranda regendo a banda
Recreio Bonjardinense em Nova Friburgo.
José Miranda (Zeca Miranda), este é um dos filho do casal João Miranda e Maria Motta Miranda. Sendo natural de Cordeiro, e cidadão bom-jardinense desde quando retornou de seu serviço militar.

Em Cordeiro foi aprendiz gráfico e teve sua iniciação musical, com isso sendo possível servir na banda do exército, no Rio de Janeiro. Assim, terminado o serviço militar retomou a Bom Jardim, abrindo a Gráfica Miranda e também constituindo sua família com Maria do Rosário Leonardo, tendo no matrimonio dois filhos: Wanda e Beethoven.

A pedido do cunhado músico, Domingos Leonardo, incorporou – se à banda. Sendo este para o resto de sua vida.

Entre os maestros que estiveram à frente da banda, foi este o que permaneceu por mais tempo. Persistente, incansável, professor, arranjador e regente, conseguia tempo para dedicar-se à banda e à sua tipografia.

Mesmo quando trabalhava em sua barulhenta máquina impressora na oficina, conseguia dividir a sua atenção com um aprendiz de música ao seu lado. Considerava um grande respeito aos seus músicos, pois, estes vinham de longe para os ensaios. Tinha a consciência de que as bandas do interior são obras de idealismo.

Somente as bandas de música têm esse dom de juntar conterrâneos, distantes da terra, para ver e ouvir a banda de sua cidade natal.

Assim, foi José Miranda (Zeca Miranda), um grande apaixonado pela música, que nos ensinou a cultuar a música como um bem que se transmite.

(Texto fornecido pela família) 

Pró-memória Manoel Erthal

In:
Um dos espaços do Galpão Cultural a ser inaugurado nesta sexta-feira (5 de agosto de 2011, às 19h) é o Pró-memória Manoel Erthal.

O homenageado é autor do livro "Bom Jardim - Esboço histórico e corográfico",  de  1957, fonte de pesquisa obrigatória para os que buscam informações sobre a história do município.
Biografia

Manoel Erthal nasceu em Bom Jardim em 14 de março de 1895, na Fazenda Poço Dántas – Barra Alegre, 4º Distrito do Município. Faleceu em Bom Jardim, em 23 de julho de 1974.

Manoel Erthal
Seus pais: Eugênio José Erthal e Eugênia Maria Tardin Erthal.

Manoel Erthal foi jornalista, escritor e político, além de exercer as profissões de comerciante e agricultor.

Pode-se dizer que foi autodidata; frequentou dos 7 aos 13 anos a Escola Municipal de Barra Alegre, tendo sido o seu primeiro mestre o Professor Claudio José Combat. Como ele mesmo afirma em suas memórias, o ensino naquela época não era regular e havia ocasiões em que os alunos ficavam sem aulas durante seis meses. Frequentou também por dois anos o Colégio Brasil no Município de Cordeiro.

Em 1919, casou-se com Julieta, e teve com ela cinco filhos: Lucy, Ida, Lauro, Ivo e José Germano.

Foi membro da Federação de Agricultura da Estado do Rio de Janeiro como também Presidente da Associação Rural de Bom Jardim, por diversas vezes.

Exerceu o cargo de vereador em Bom Jardim por dois mandatos, tendo sido também Presidente da Câmara Municipal e autor de seu Regimento Interno.

Foi membro-fundador do Conselho Municipal de Cultura em Bom Jardim (criado em 1972) onde exerceu suas funções com relevância.

Jornalista e pesquisador por vocação, durante dez anos (a partir de 1963) editou o jornal “O BONJARDINENSE”, sendo seu Diretor e Editor, assumindo todos os sacrifícios inerentes à publicação de um Jornal de interior; quase sem verbas, com auxílio de alguns amigos que acreditavam nos seus objetivos e de colaboradores que participavam sem interesse financeiro, muitas vezes sozinho, trabalhando por altruísmo e convicção.

Além de “BOM JARDIM – DADOS HISTÓRICOS E COROGRÁFICOS”, publicou, em 1946, “A FAMÍLIA ERTHAL” (atualmente com a 2ª edição esgotada). Estava coletando dados para a publicação de outro livro, quando faleceu, em 1974.

Foi incansável divulgador de Bom Jardim, das coisas e da gente bom-jardinense, sendo um preservador da memória e das tradições de sua terra. Seu livro sobre Bom Jardim tem sido permanente fonte de pesquisa de professores, alunos e de quantos têm necessidade de informações sobre o município.

A Família Erthal deve a ele o inestimável trabalho de ser o pioneiro e incentivador da preservação da história da família, e como muito bem colocou o Dr. Clélio Erthal em seu livro “A SAGA DE UMA FAMÍLIA RURAL FLUMINENSE”, Manoel Erthal merece o título de Heródoto da Família.

Homem de fibra, apesar de humildade, de sua impecável honestidade e correção, Manoel Erthal deixou como exemplo, um grande passo para a preservação da história do município e para o levantamento de nosso legado cultural, mostrando que é fundamental a responsabilidade de todo cidadão em contribuir para o cultivo das raízes de sua terra, bases para o conhecimento do passado e alicerces para a construção de seu futuro.

Fonte da biografia de Manoel Erthal:
Bom Jardim, 15 de maio de 1993 – Maria Eugênia Thomaz Figueira.






Galpão Cultural será inaugurado na sexta-feira

In:
Neste dia 5 de agosto, sexta-feira, às 19h, será inaugurado o Galpão Cultural Margaret de Jesus. Na sua origem este espaço tinha a função de usina para beneficiar café, e com esta finalidade funcionou por quase setenta anos. Pertencia ao Cel. Luís Correa, um dos articuladores da criação do município. A usina posteriormente passou para seu filho, Péricles Correa da Rocha, primeiro prefeito eleito de Bom Jardim.

Desativada por longos anos, foi adquirida pela Prefeitura Municipal, servindo para várias atividades, até finalmente, vir a transformar-se neste espaço de produção cultural e preservação da memória.

O nome do novo aparelho cultural homenageia a MARGARET DE FÁTIMA DE JESUS SILVA. Pesquisadora, pós-graduada em pedagogia, apaixonada pelo ato de alfabetizar, essa professora exerceu importantes funções junto às escolas estaduais do município, inclusive como Agente Administrativo. Deslumbrada com a Educação, associou-se a um grupo de amigos e criaram o Centro Educacional Phoenix. Foi eleita, em 1997, Secretária Municipal de Educação e Cultura pelos professores da Rede Municipal de Ensino de Bom Jardim. Faleceu precocemente no ano de 2007.


Apresentação

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